Do G1 CE
23 de fevereiro de 2016•
Os casos suspeitos de microcefalia em investigação no
Ceará já somam 256 em 77 dos 184 municípios. Os números fazem parte do Boletim
Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) divulgado nesta
terça-feira (23). O boletim aponta, ainda, que 46 notificações já foram
descartadas e 33 confirmadas para microcefalia e outras alterações do sistema
nervoso, sugestivos de infecção congênita.
Entre os casos confirmados, um teve diagnóstico
confirmado para vírus zika e em 32 foram encerrados por critério clínico-radiológico.
Segundo o boletim, ocorreram 19 óbitos no estado, sendo três casos de
natimortos e 16 casos que evoluíram óbito após o nascimento. Destes, 47,4% (9)
permanecem em investigação e 52,6% (10) foram confirmados sugestivos de
infecção congênita, sendo um caso com identificação do vírus da zika no feto.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce
com um crânio de um tamanho menor do que o normal – com perímetro inferior ou
igual a 33 centímetros. A condição normal é de que o crânio tenha um perímetro
de pelo menos 34 centímetros. Essas medidas, no entanto, valem apenas para
bebês nascidos após nove meses de gestação, e não são referência para
prematuros.
MICROCEFALIA
Na maior parte dos casos, a microcefalia é causada por
infecções adquiridas pelas gestantes, especialmente no primeiro trimestre de
gravidez – que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. A malformação do
crânio pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do Zika -
transmitido pelo mosquito Aedes aegypti -, como sífilis, toxoplasmose, rubéola,
citomegalovírus e herpes viral. Ainda assim, o Ministério da Saúde considera
que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês, cujo
diagnóstico final foi de microcefalia.
No país
De acordo com o Ministério da Saúde, em todo o País já
são Os 583 casos confirmados ocorreram em 235 municípios, localizados em 16
unidades da federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Rondônia, Espírito
Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande
do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Já os 950 casos foram
descartados por apresentarem exames normais, ou apresentarem microcefalias e/ou
alterações no sistema nervoso central por causas não infeciosas.
Ao todo, foram notificados 120 óbitos por microcefalia
e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a
gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 30 foram confirmados para
microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 80 continuam em
investigação e 10 já foram descartados.
Os 4.107 casos em investigação representam 72,8% do total
acumulado de 5.640 casos notificados desde o início das investigações em 22 de
outubro de 2015 até 20 de fevereiro de 2016. O total notificado está distribuído
em 1.101 municípios de 25 unidades da federação. Amapá e Amazonas são os únicos
estados da federação que não tem nenhum registro de casos.
Recomentações
Para evitar o contágio, a Secretaria de Saúde orienta
sobre os cuidados com o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus. As gestantes
devem fazer uso de repelente tópico, considerando a relação causal entre o Zika
vírusx e os casos de microcefalia relacionada ao vírus Zika diagnosticados no
país. Estudos indicam que o uso tópico de repelentes a base de DEET por
gestantes não apresenta riscos.
Em casa, os repelentes ambientais saneantes
regularizados devem ser regularizados pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisax). Esses produtos não devem ser indicados ou utilizados
diretamente em seres humanos, mas em superfícies inanimadas e/ou ambientes,
seguindo sempre, com atenção, as orientações do fabricante.
É importante que as gestantes realizem um acompanhamento
e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados
pelo médico. Elas também não devem consumir bebidas alcoólicas ou
qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica
e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.
Além disso, a população deve adotar medidas que
possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a
eliminação de criadouros e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter
portas e janelas fechadas ou teladas. Gestantes devem usar calça e camisa de
manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes
Fonte: G1/RJ: 24/02/2016